Pego emprestado o título de um livro do grande dramaturgo e encenador paulista Vladimir Capella para oficializar aqui a continuidade do nosso curso, não mais como um curso, mas como um processo. As atividades naquele formato terminaram, de fato, mas a energia que as movia se prepara para novas realizações. Um grupo de pesquisa e criação? Claro! Um outro curso? Também, certamente, com alguns ajustes no formato, abertura para novos alunos. Com o apoio da FUNDAJ, vamos nos preparar para dar mais um passo na busca de oferecer um espaço maior para a criação dramatúrgica na cidade e, logo que possível, conectar essa atividade com o Estado e com o País. Um pouco de cada vez. E, no meio de cada avanço, o coração de todos nós, que estamos fazendo parte desse processo.
Feliz 2009 para todos!!!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Confraternização
Aproveitou-se o final de ano, fez-se amigo secreto e comemorou-se tudo junto. A confra ia ser na casa de Ailton, mas acabou sendo na casa do ator e artista plástico Plínio Maciel, compadre de Telma e amigo meu e de várias pessoas do grupo. Ele cedeu o espaço com o maior carinho e a turma festejou (em volume baixo, pois os vizinhos reclamaram da cantoria) até o sol raiar. As fotos são de Lili (Onézia).
A semana de imersão
Um dia para amarrar as pontas soltas de cada tema - uns temas mais do que outros. Assim, passamos a limpo a idéia de limite na criação (o mote: de quantas maneiras pode-se sentar numa cadeira?), as histórias em quadrinhos (o que pessoas como Hugo Pratt, McCloud, Eisner, Kojima, Ziraldo, Angeli, Mauricio, Miller, Bilal e tantos outros têm em comum com os dramaturgos?), os RPGs (com a ajuda de Stella de Ypsis e Phoenix, os valorosos Aragoz, Arbaster, Bhoentis, Dreianna, Hybrina, Kriantis, Kyanara, Niandra, Phillepis, Scarbax, Sillix e Shamalla, membros de um grupo de humanos e criaturas mágicas invadiram a fortaleza de Goraz, o Mago, para resgatar a Esfera da essência da natureza humana), os "games" em geral (viver é jogar?) e as possibilidades transmidiáticas (que só pudemos abordar de relance). No final, o adeus e a gratidão a esse ciclo que se cumpriu e que foi devidamente celebrado com sonhos de creme.
Avaliação
Cumprindo a data prevista no cronograma, no dia 02/12 foi realizada a avaliação do curso, apontando o que funcionou ou não. A verdade é que, como projeto-piloto, os erros não-intencionais são tão bem vindos quanto os acertos intencionais, pois tudo soma como experiência e conhecimento para as próximas versões ou para outros cursos em outros formatos. Além do objetivo maior ter sido atingido - situar e estimular os participantes a criar diante de seus potenciais e indicar a existência de infinitas possibilidades de utilização desses potenciais - as conclusões foram muito positivas e os percalços do trajeto funcionaram como desafios a superar, como efetivamente o foram, por todos os que participaram do curso, desde os alunos-dramaturgos, passando pela equipe técnica, diretor, atores e produtores. Valeu, pessoal!!!
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Prêmio Carlos Carvalho
Um dos certames de dramaturgia mais importantes do país, o Prêmio Carlos Carvalho 2008/2009, promovido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da sua Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal da Cultura, encerra o prazo para inscrições no próximo dia 18/12. Acesse o regulamento clicando aqui e participe! Ainda dá tempo!!!
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Imersão!
Devido a contratempos e imprevistos enfrentados ao longo do curso (fatos comuns em projetos-piloto), parte do nosso cronograma foi comprometida juntamente com seu respectivo conteúdo. Como solução, ainda que as atividades tenham sido oficialmente concluídas com o evento do dia 01/12, propusemos à turma a realização do que chamamos de "semana de imersão" (de 08 a 12/12), na qual focalizaremos o conteúdo restante e fecharemos a carga horária prevista originalmente.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Tudo ao mesmo tempo agora II
A apresentação de conclusão de curso me surpreendeu pelo inusitado. E isso não decorreu da estranha emoção de ver apresentações cênicas novamente ocupando aquele ex-teatro (há uns dez anos conhecido como cine-teatro José Carlos Cavalcanti Borges e hoje Cinema da Fundação), uma ocupação provisória, improvisada e apaixonada. Isso foi emocionante, mas não surpreendente. Minha surpresa veio da constatação de algo que deveria ser óbvio - e que no fundo não é tão óbvio assim: não se atribui glamour (ou valor) ao desnudamento dos processos que envolvem a feitura artística e muito menos à exposição sem disfarces de nossa real e falível natureza humana. Porém, independentemente do glamour ou valor atribuídos, pode haver aí, sim, muita e genuína diversão, daquelas que só as crianças bem pequenas parecem ser capazes de acessar. Enquanto adultos, só podemos usufruir dessa alegria no jogo da criação, quando vencemos o medo de nos expor, de reconhecer e lidar com nossos erros, o que nos levaria à liberdade criativa da criança incorporada à consciência dos conhecimentos acumulados em nossa passagem por este mundo. Até alcançar esse despreendimento, contudo, há um desafio, pois nos veremos expostos aos efeitos de conflitos - conflitos com os outros, com nós mesmos e com a própria vida. Naquela noite de celebração, extremamente simples e profundamente reveladora, foi bom ver que demos um passo na tentativa de ver o processo de criação de um modo menos preconceituoso, de nos aproximarmos dos nossos erros sem vê-los como motivo de receio e ocultação, mas como incentivo para iniciar diálogos, reestruturar projetos e garantir a existência do sonho e da realização deles. Enfim, entendi que não há muita diferença entre errar e acertar, quando se constata que ambos - entendidos como duas faces de uma mesma dinâmica - podem ajudar qualquer um a crescer. E isto será só um começo para quem assim o quiser.
Tudo ao mesmo tempo agora I
Noite bonita. Cheia de pequenas surpresas, como o foi todo este curso. Depois das apresentações de praxe, tivemos duas leituras feitas pelos próprios autores: Cairo 20h, com Ailton e Ruy, e Vento forte pra água e sabão, com Amanda e Giordano. Na sequência vieram as encenações de Samuel: Invisível, com Luciana e Eduardo na voz; Filho dos outros, com Hilda e Eduardo (que substituiu Vavá e garantiu a participação de Hilda nesta finalização); e Vento forte para água e sabão, com Eduardo e Luciana. Enfim, foram exibidas as duas versões em vídeo das encenações de Filho dos outros e Invisível, seguidas dos curtas das cinco peças, incluindo O contador e o diabo. Fizemos tudo sem disfarces, aproveitando a coincidência de que as cortinas do antigo palco haviam sido removidas para manutenção. Deixamos a platéia entrar antes da hora, deixamos os problemas e as soluções à mostra, acendíamos e apagávamos tudo diante de todos. Bacana ver as reações de algumas pessoas da platéia, desacostumadas com essa exposição do nível de improviso que se oculta sob a fachada da coisa "pronta". Noite delicada e forte, que ainda ecoa (e, como tudo o que fazemos nesta vida, ecoará para sempre, como um estrondo recorrente ou como a brisa fresca nas bordas da memória).
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