Este é o desafio que os Grupos de Trabalho do Ator e de Dramaturgia estão enfrentando esse semestre na conclusão dos estudos sobre o gênero do melodrama e se engajam em vários desafios para concluir esse processo. Amanda Torres, Diego Albuck, Elton Rodrigues, Márcio Andrade, Onézia Lima e Ruy Aguiar sob a coordenação de Luiz Felipe Botelho compram o primeiro desafio:
C O M O F A Z E R U M R O T E I R O E M G R U P O?
Estudiosos do cinema afirmam que é quase, ou mesmo, impossível construir um roteiro em grupo, pois o roteirista necessitaria de um tempo sozinho para a maturação suas idéias. O Grupo de Dramaturgia paga esse preço e com encontros semanais de três horas no período de um ano e dois meses finalizam o último episódio da série Stufana. Essa criação faz parte da pesquisa sobre o melodrama, e teve como ponto de partida um universo temático centrado na idéia de uma suposta cidade de cristal, construída no cerrado brasileiro para investigar a saída para os problemas do planeta do terceiro milênio. Com a finalização do roteiro o grupo passa a próxima missão:
É P O S S Í V E L L E R U M R O T E I R O E M P Ú B L I C O ?
Este é um experimento novo para o Grupo do Trabalho do Ator, visto que nunca se ouviu falar de uma leitura dramatizada de um roteiro. O exercício proposto por Felipe Botelho, diretor da leitura, é misturar as linguagens, partindo da interpretação do ator com uma característica da forma épica do fazer teatral. Ana Carolina Miranda, Ana Dulce Pacheco, Eduardo Japiassu, Hermínia Mendes, Janaina Gomes, Regina Medeiros e Sofia Abreu, mais os convidados Arthur Canavarro, Cleyton Cabral, Mauro Monezi e Roberto Brandão embarcam nesse projeto promovido pelo Muda, intitulado Leia-se Terça!
A cada ensaio vamos descobrindo formas de se contar o roteiro, através de exercícios de visualização, de construção, de descrição e de pequenas encenações das imagens que se constroem a partir dos improvisos dos atores. Vale ressaltar, o quanto é difícil constituir um trabalho desse porte, a concentração nesse processo tem que ser a maior aliada do contador, assim afirma Gislayne Avelar, contadora que trabalhou com o diretor no curso Dramaturgia – na fronteira das linguagens, que dá origem aos grupos. A contadora explica que o grande segredo do contador está na perfeita assimilação daquilo que pretende contar. Assimilação, aqui, no sentido de apropriação. É esse o mote propulsor dos ensaios dirigidos por Botelho, pois ele crê que a apropriação da história se faz pela interiorização do ator e a partir desta o corpo naturalmente comunicará o roteiro, através de gestos, entonação de voz, ritmo entre outros fatores, nascem assim os primeiros contadores de roteiro.
Essa é a última semana que antecede a leitura e por isso estamos nos últimos ajustes para a concretização de mais um experimento desse grupo de estudos. Agraciados somos por poder compartilhar com o público nossas novas conquistas, e como diz Felipe Botelho essa apresentação deverá ser como uma grande ceia. Que assim seja!
Texto de Diego Albuck
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