E o nosso curso está chegando ao fim... de sua etapa 2008! Para comemorar, estamos preparando o evento que reúne, numa mesma apresentação, cinco histórias contadas de quatro modos diferentes (leitura dramatizada, encenações, vídeos e curtas). No elenco, os mesmos atores e diretores que acompanharam o trajeto dos participantes do curso: Eduardo Japiassu, Hilda Torres, Luciana Pontual e Vavá Schön-Paulino, Luiz Felipe Botelho e Samuel Santos. Aproveite a oportunidade e compareça lá no Cinema da Fundação, próxima segunda, dia 01 de dezembro de 2008, às 19h. A entrada é franca.
UM ESPETÁCULO PARA POUCOS
ResponderExcluirTerça-feira, 02 de dezembro de2008
Abro uma página da internet e coincidentemente leio o seguinte texto do Boca de Cena – Povo de Teatro, sobre o cine teatro da FUNDAJ :
BOCA DE CENA - POVO DE TEATRO
José Carlos Cavalcanti BorgesMuita gente não sabe quem foi o homem que dá nome ao Cine Teatro da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby. Como tantos outros de quem já falamos nesta seção, José Carlos Cavalcanti Borges também foi um criador múltiplo. Membro da Academia Pernambucana de Letras, além de escritor de contos, ensaios e peças teatrais, foi ator de cinema e teatro, professor universitário e médico psiquiatra.Borges nasceu em Goiana (PE) em 15 de março de 1910. Formou-se em Medicina, escreveu vários trabalhos no campo da Psiquatria e notabilizou-se como competente professor, muito estimado pelos seus alunos. Mesmo assim, desistiu logo cedo do papel de médico, preferindo dedicar-se à Literatura, ao Teatro e ao Cinema.
Na década de 60, participou de vários filmes nacionais, como “Riacho de Sangue”, de Fernando de Barros e “A Compadecida”, de George Jonas, baseado na obra de Ariano Suassuna. Neste filme Borges interpretou o “Padeiro”, atuando junto a artistas conhecidos nacionalmente, como Regina Duarte (“A Compadecida”), o saudoso Armando Bógus (“João Grilo”) e Antônio Fagundes (“Chicó”).
Escreveu três livros de contos: “Neblina”, “Padrão G” e “Contos Vários”. Como dramaturgo, ficou conhecido pelo estilo inconfundível das suas chamadas “comédias municipalistas”, retratando cenas interioranas nordestinas, como “Acima do bem-querer”, “Mão de moça, pé de vento”, “O eclipse” e “O poço do rei”. Levou à cena várias delas com o seu próprio grupo teatral, o “Conjunto Cênico do Recife”, contando com a colaboração do encenador Milton Baccarelli na direção.
José Carlos Borges também adaptou para o palco algumas obras célebres, como “Fogo Morto”, de José Lins do Rego, “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre e “Dom Casmurro” (que intitulou como “A Flor e o Fruto”). Esta última estreou em 1971, numa montagem do mestre Ziembinski. “A Flor e o Fruto” voltou a ser montada em fins dos anos 80 pelo pernambucano Carlos Bartolomeu. A estréia do espetáculo marcou a inauguração do Cine Teatro da Fundação Joaquim Nabuco, então batizado como José Carlos Cavalcanti Borges, numa dupla homenagem aquele artista pernambucano.
Uma curiosidade: se você ainda não notou, preste atenção em um painel no corredor da entrada do Cine Teatro José Carlos Cavalcanti Borges, do lado esquerdo da porta da lanchonete que fica em frente ao acesso da platéia. Aquele painel contém várias fotos bem legais do homem e do artista que foi o José Carlos Borges. Lá tem fotos do elenco d’ “A Compadecida” - com o Fagundes magro e cabeludo e a Duarte com cara de menina - várias cenas de peças do “Conjunto Cênico do Recife” e recortes de jornais da época. Quando for por lá, dê uma espiada.
UM ESPETÁCULO PARA TANTOS
Terça-feira, 02 de dezembro de2008
Quase três décadas depois o “Cinema da Fundação” como é mais conhecido entre freqüentadores eventuais e assíduos reabre as suas portas para a dramaturgia e reinaugura o palco que em tempos idos revelou dramaturgos, colocou atores em cena e emocionou a platéia com risos e lágrimas. O tempo passou e o cine-teatro tornou-se palco de outras tantas “celebrações” . E o público sempre fiel continuou ocupando as cadeiras e aplaudindo (ou não) os filmes debates e seminários ali realizados.
Assim, a oferta de uma programação de qualidade fez do Cinema da Fundação é uma referência local para os que apreciam a Sétima Arte: aficcionados, cinéfilos e os que buscam entretenimento sem maior compromisso. O Teatro da Fundação, entretanto, tornou-se apenas uma lembrança preservada na memória de quem viveu essa época. Um registro histórico e uma fonte de estórias contadas em mesas de bar.
Nesta segunda-feira, 1º. de dezembro de 2008, o palco do Cine-Teatro reviveu seus dias áureas de dramaturgia em um espetáculo visto por poucos. Espetáculo porque em uma iniciativa ousada e corajosa, Luiz Felipe Botelho, que dispensa maiores apresentações para quem é do meio, reinaugurou o espaço teatral do antigo Cine-Teatro José Carlos Borges, ao reunir diferentes linguagens, tais como teatro, cinema e vídeo, trabalhadas a partir de cinco textos construídos durante o seu curso Dramaturgia. Instigadopelo encantamento do teatro, e pela vontade de formar novos dramaturgos e ‘dramaturgas’, Felipe investiu no sonho e dedicou várias noites de sono à construção desse sonho pessoal transformado em um sonho coletivo.
E assim começou resgatando a memória da infância, com a participação especial de Gislaine Matos, na oficina de iniciação e consciência teatral e leitura dramática, e continuou com a pesquisa dramatúrgica durante vários encontros realizados pelo grupo.
Depois a idéia escrita caminhou para a narrativa cênica e atores e diretor de teatro juntaram-se a ao grupo que teve a oportunidade de compartilhar os textos originais com as contribuições de Samuel Santos (pela simplicidade e sensibilidade na direção), Eduardo Japiassu ( pelo empenho e pela voz), Hilda Torres (pela carga de emoções), Luciana Pontual (pelas contorsões e contusões) e Vavá Schön-Paulino ( pela interpretação singular).
Esse encontro que permitiu ver o texto virar encenação, lotou o estúdio onde os encontro vinham sendo realizados e demonstrou o vigor do teatro nos risos da platéia, na ousadia de Luiz Felipe Botelho, na firmeza de Kyara, presença discreta e efetiva, na direção de Samuel, na encenação de Vavá, Hilda, Eduardo e Luciana.
Sem esquecer que a essência do curso era a dramaturgia, Felipe deixou claro não deve existir fronteiras entre as linguagens, e mais uma vez, estabeleceu o diálogo entre o texto original e as versões para cinema e o vídeo, isso exigiu mais dedicação e noites de sono, na construção desse sonho coletivo, acalentado por Felipe, Kyara, Samuel, Eduardo, Hilda, Vavá, Luciana e pela contribuição pessoal da produção e da equipe técnica sem os quais esse sonho seria impossível.
Finalmente, depois de muita ação e reflexão, depois de muita crítica e autocrítica, o espetáculo ganhou corpo, voz e subiu ao palco do antigo Cine Teatro José Carlos Borges , atual Cinema da Fundação, não sem antes passar pelos dilemas e desgastes comuns a qualquer projeto, o ônus e o Bônus, como preferem alguns; não sem defrontar-se com os imprevistos e improvisos de uma produção dessa natureza.
E o resultado pode ser visto pela pequena platéia presente na estréia desse ‘Espetáculo para Poucos’ que aconteceu entre o apagar e acender de luzes do palco, onde se a montagem não permitiu o cenário e a iluminação desejada, a vontade de realizar serviu de cenário e desejo de atuar com verdade tornou visível outra luz, uma luz própria de quem acredita no sonho, mas não abre mão da realização e da realidade.
O que ficou? Para os que compareceram a certeza de que é possível acreditar no sonho. Esse sonho coletivo do qual cada um de nós Ailton,Amanda, Biaggio, Camila, Edvânia, Elton,Franklin, Gilvan, Giordano, Jaime, Lili, Laura, Márcio, Ruy, Telma, Vanessa todos nós Felipe,Kyara, participamos junto a todos mais. Para os que não tiveram a oportunidade de compartilhar, ainda resta a memória e as estórias de mesa de bar. Se valeu? Só o tempo dirá. Por enquanto nos basta o presente. O presente desse Encontro, e que venha o futuro!
Por Christiana Daisy
Chris, diante dessas palavras só tenho a agradecer esse registro tão completo e sensível de nossa jornada. No mais, a emoção que a leitura desse texto seu me trouxe, ajudando a repassar na memória tudo o que vivemos juntos na fronteira das linguagens.
ResponderExcluirbjão
Felipe
ResponderExcluirFelipe a emoção é recíproca!
Bjos, Chris.
Recíprocas e inesquecíveis emoções. Valeu, Chris!
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